sexta-feira, 29 de julho de 2011

Historiador lança livro em que tenta tirar João Goulart do limbo

ELEONORA DE LUCENA
Fonte: Folha online

Fraco, medíocre, demagogo. Fujão, covarde, traidor. Direita e esquerda carimbaram vários adjetivos na imagem de João Goulart, o presidente deposto pelo golpe militar de 1964.

Esquecido, quase sem lugar nos livros de história, Jango tem em torno de si silêncio. Jorge Ferreira, 54, professor de história do Brasil na Universidade Federal Fluminense, busca desinterditar a memória desse personagem com "João Goulart, uma Biografia".

Nesta entrevista, ele fala do livro e diz que populismo não é um conceito teórico, mas uma desqualificação política. "Populista é sempre o outro, aquele de quem você não gosta", afirma.
CPDOC/FGV-RJ
João Goulart toma chimarrão em Goiás em 1963
João Goulart toma chimarrão em Goiás em 1963


Folha - Por que o sr. resolveu fazer esse livro?

Jorge Ferreira - Estudei Getulio Vargas e o trabalhismo, daí a curiosidade sobre João Goulart. Foram dez anos de trabalho. Creio que chegou o momento de retirar Jango do limbo da memória do país.
Ele foi um personagem importante, mas as análises sobre ele não se distanciam das paixões políticas. Ora é definido como demagogo e incompetente, ora como vítima de um grande conluio de empresários brasileiros com o governo norte-americano. Quis conhecer o personagem para compreendê-lo, e não julgá-lo.
O que encontrou de novo?

O livro é um relato biográfico, enfocando sua vida política e privada. Evitei enfoques sensacionalistas. Talvez a maior novidade seja lembrar à sociedade brasileira que um dia Jango foi líder político de expressão. Como diz o historiador inglês Eric Hobsbawm, o papel do historiador é lembrar à sociedade o que aconteceu no passado. Foi o que eu fiz.

Quais foram as influências sobre Goulart?
Goulart, assim como Brizola, era jovem quando Vargas instituiu a ditadura. Ele entrou para a política no período democrático. Em 1945 e 1946, a democracia liberal tinha grande prestígio. As esquerdas e o trabalhismo associaram os ideais democráticos com o nacionalismo, o desenvolvimentismo, as leis sociais e o estatismo.

Nos anos 1950, o Estado interventor na economia e nas relações entre patrões e empregados era um sucesso na Europa. Os trabalhistas observavam a experiência inglesa com o programa de estatizações e também o sucesso da industrialização soviética, com o Estado interventor e planejador da economia. Também culpavam os Estados Unidos pela pobreza da América Latina.

Por que há pouco dados sobre o empresariado em relação a Goulart e aos militares?
O golpe de 1964 não foi dado por empresários que usaram os militares. O golpe foi dado por militares com apoio empresarial. A Fiesp, em inícios de 1963, apoiou Goulart na efetivação do Plano Trienal. Ele teve apoio de setores conservadores, desde que estabilizasse a economia, controlasse a inflação e se distanciasse das esquerdas, sobretudo dos comunistas e dos grupos que apoiavam Brizola na Frente de Mobilização Popular.

Os grandes empresários, os políticos conservadores e a imprensa se afastaram de Goulart e passaram a denunciar o "perigo comunista" no segundo semestre de 1963, quando a economia entrou em descontrole e Jango se aproximou das esquerdas.

Com o comício de 13 de março de 1964, os golpistas crescem e se unificam. A revolta dos marinheiros foi a fagulha que faltava, desencadeando gravíssima crise militar. A crise do governo Goulart tem uma história. É preciso reconstituí-la, com documentos e provas, superando repetidos jargões.

No livro o sr. discute a questão do populismo. Por que populismo continua sendo um termo pejorativo?

Sou crítico em relação ao conceito de populismo. Populistas podem ser considerados Vargas e Lacerda, Juscelino e Hugo Chávez, Goulart e Collor, FHC e Lula.

Personagens tão diferentes, com projetos díspares, com partidos políticos distintos são rotulados sob o mesmo conceito.

Qualquer personagem político pode ser chamado de populista, basta não gostar dele. Populista é sempre o outro, o adversário, aquele de quem você não gosta.

Não se trata de um conceito teórico, mas de uma desqualificação política. Eu prefiro nomear os personagens assim como eram chamados na época: Jango era trabalhista, Lacerda, udenista, e Prestes, comunista.

Qual é o maior legado de João Goulart?
O governo Goulart foi o auge do projeto trabalhista, que começou com as políticas públicas dos anos 1930, em época de autoritarismo. Mas que se democratizou, se modernizou e se esquerdizou a partir da segunda metade dos anos 1950.
Seus elementos fundamentais foram o nacionalismo, o estatismo, o desenvolvimentismo, a intervenção do Estado na economia e nas relações entre patrões e assalariados, a manutenção e a ampliação dos benefícios sociais aos trabalhadores, a reforma agrária e a liderança política partidária de grande expressão. Creio que muitas dessas tradições inventadas pelos trabalhistas ainda estão presentes entre as esquerdas brasileiras.
 
 

sábado, 23 de julho de 2011

Filha de Hitler teria vivido no Paraná

Livro escrito por um casal de médicos afirma que a esposa de Joseph Goebbels e sua filha mais nova, fruto de um relacionamento com Hitler, teriam vivido no Paraná




Foz do Iguaçu - Quase 70 anos depois, o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda do Terceiro Reich ainda são vistos como uma fonte inesgotável para historiadores, cineastas, romancistas, revisionistas e – por que não? – predestinados. O que alguns passam anos procurando, outros acabam encontrando sem querer. De uma maneira ou de outra, alguns achados têm o poder de reavivar polêmicas imortais. Entre elas, o real desfecho do maior conflito bélico da história universal: Hitler teria mesmo morrido no bunker de Berlim?

Versões mirabolantes, fugas cinematográficas, dúvidas in­­contáveis, mistérios indecifráveis. O que realmente aconteceu no dia 30 de abril de 1945, data que hoje pode ser comparada à do assassinato do extremista Osama bin Laden? Hitler e a es­­posa, Eva Braun, e seus subordinados mais próximos, como o ministro da propaganda, Joseph Goebbels, mulher e filhos, te­­riam mesmo se suicidado no refúgio antibombas onde permaneceram até a tomada aliada?

A fuga em massa de nazistas para países simpáticos ao regime e as teorias de que Hitler queria transformar o Uruguai no Quarto Reich já inspiraram vários livros, reportagens, estudos e documentários que buscam apontar outro sentido para o fim de alguns dos principais personagens deste episódio da História. Com o lançamento de seu primeiro volume neste mês, a coleção K.B.K. – A Biografia e a Saga de Holdine Kathrim e Sua Mãe, Magda Goebbels, na América do Sul Após a Segunda Guerra Mundial (Ed. Schoba) também investe na polêmica.

Escrita pelos médicos Christiane Lopes Pereira e Luiz Monteiro Franco, a obra de quase 1,3 mil páginas divididas em quatro volumes é o resultado de uma pesquisa que já completa seis anos. Baseado no relato de Nora Daisy – figura intrigante que viveu na miséria em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, entre 1972 e 2006 –, o livro traz depoimentos de historiadores e documentos que ajudam a esclarecer fatos que por muito tempo permaneceram apenas em relatórios sigilosos e na memória de testemunhas importantes.



Mais que uma biografia da condessa Nora Daisy Auguste Emilie Carlotte Friz Kirschner Von Kirschberg e de sua mãe, Nora Berthé Auguste Maria Friz, as revelações relatadas no livro, afirmam os autores, levam a uma conclusão inquietante. Nora Friz e Nora Daisy seriam, respectivamente, Magda Goebbels, esposa do então ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, e Holdine Kathrim, filha mais nova do casal e que seria fruto de um relacionamento com Hitler. No livro, o Führer aparece ora como Dom Franzisko, ora como Kurt Bruno Kirschner, cujas iniciais dão nome à coleção.

Encontro

Médica da família em Foz do Iguaçu, a doutora Christiane teve o primeiro contato com a condessa, como era conhecida no bairro, em 2005, no Posto de Saúde onde trabalhava. “Uma senhora idosa, com traje de mendiga, doente e sofrida”, conta a autora. Ao mesmo tempo em que o tratamento avançava, a confiança entre as duas se estreitava. Dramas, lembranças ruins, medos e tristezas permeavam as histórias de mãe e filha, que, na década de 1970, chegaram a ser apontadas por uma revista da região como sendo Eva Braun, esposa de Hitler, e a filha do casal.

“Se no primeiro momento ti­­vemos a sensação de estar diante de uma pessoa portadora de sério distúrbio psíquico, em pouco tempo percebemos que, apesar de toda a camuflagem e da tentativa de esconder a verdadeira história por trás daquilo tudo, estávamos diante de algo muito maior”, lembra Franco. Nora Daisy e sua mãe, defende, foram pessoas importantes na história do nazismo, conviveram com Hitler e conheceram intimamente muitos da­­queles personagens. “Por mais que estivéssemos convencidos, tínhamos que investigar mais seriamente tudo o que a condessa nos dizia. E ainda há muito a ser descoberto e comprovado.”

Memórias

As histórias detalhadamente retratadas em um livro autobiográfico todo desenhado trazem datas, lugares, tramas e coadjuvantes importantes para a compreensão dos episódios convenientemente sustentados e que mãe e filha garantem ter vivido. “Sem dúvida, um dos maiores mistérios embutidos na saga da condessa Nora Daisy está na figura da sua mãe. Sobre ela falamos quase todo o tempo. São informações sobre uma época em que Daisy ainda era menina, recontadas hoje com aparente naturalidade, mesmo que pouca informação seja fruto de vivência própria”, comentam.

Além do livro, a condessa guardava entre seus pertences fotos antigas, cópias de testamentos e registros de nascimento e de óbito. Na memória, datas continuamente decoradas, em especial as que ordenam a viagem de 17 anos que as duas fizeram a cavalo por países da América do Sul, logo após a morte de Kurt Bruno Kirschner, em 1954, na cidade de Encarnación, no Paraguai, onde plantava arroz e criava animais. Coincidência ou não, a saga teve no roteiro conhecidos redutos germânicos de forte apelo nazista.

Respostas

Nora Friz morreu em um misterioso incêndio em 1978 e Nora Daisy em 2006, de causas naturais. Várias, porém, são as interrogações. Os conspiradores estavam certos? Como se deu e quem estava por trás de toda a logística de fuga da Alemanha? Desde quando vinha sendo planejada? Quem foram as vítimas que deram nome aos fugitivos para que pudessem permanecer in­­cógnitos sob seus disfarces? Quem conseguiu escapar e para onde foram? Hitler passou os últimos anos de vida no Paraguai? O Führer teria deixado descendentes? Afinal, quem foram Nora Friz e Nora Daisy?


Serviço:

K.B.K. – Volume 1 – A Biografia e a Saga de Holdine Kathrim e Sua Mãe, Magda Goebbels, na América do Sul Após a Segunda Guerra Mundial, de Christiane Lopes Pereira e Luiz Monteiro Franco. Editora Schoba. 236 págs. História. Preço a confirmar. Mais informações no site
www.livro-kbk.com.br

Fonte: Gazeta do Povo
http://historica.me/profiles/blog/show?id=3692464%3ABlogPost%3A65055&xgs=1&xg_source=msg_share_post

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Modelo para SP, bônus para docente em NY é cancelado

Uma das inspirações para a rede de ensino paulista e de outros Estados, o programa de Nova York de pagamento de bônus por desempenho a professores será cancelado. A informação é da reportagem de Fábio Takahashi publicada na edição desta quarta-feira da Folha.
 
A reportagem completa está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

De acordo com o texto, a decisão foi anunciada nesta semana, após estudo indicar que escolas participantes não tiveram desempenhos superiores às que ficaram fora. A pesquisa analisou os dados dos colégios desde o início do projeto (2007-2008).

O estudo em Nova York aponta que o sistema não mudou as práticas docentes. Uma das conclusões é que o professor que recebe bônus entende que apenas foi recompensado pelo esforço que sempre teve --e não que tenha buscado melhorar.

Neste ano, a rede paulista pagou bônus a servidores de 70% dos seus colégios, num gasto de R$ 340 milhões. A Secretaria da Educação de SP afirmou, em nota, que estuda aperfeiçoar seu sistema, que poderá considerar o esforço de cada escola e aspectos socioeconômicos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A carreira do professor de história


Rio de Janeiro - Por Carlos Fico

Muitos cursos de graduação em História privilegiam a formação do pesquisador apesar de a maioria dos estudantes acabar atuando, depois de formados, como professores do ensino fundamental. Existe até mesmo uma percepção preconceituosa de que a pesquisa é a atividade mais nobre e o importante é a produção de conhecimento pelo historiador, a carreira acadêmica, associada ao ensino universitário.

Assim, é frequente que a “formação pedagógica” seja um responsabilidade específica das faculdades de Educação. Quando eu fiz a graduação, havia o curso de bacharelado, que todos fazíamos, e as disciplinas da Educação, que deviam ser cursadas por quem quisesse fazer a licenciatura. Para tornar-se bacharel em História também era preciso redigir a monografia de bacharelado e, no caso da licenciatura, além das disciplinas da Educação, havia a necessidade de se estagiar em alguma escola. Creio que, na essência, isso pouco mudou.

Estranhamente, não havia qualquer contato entre a faculdade de Educação e o departamento de História. Era como se nós aprendêssemos um conteúdo histórico a ser ministrado segundo as técnicas ensinadas pela Educação.

Quando cheguei à faculdade de Educação fiquei muito espantado com o tecnicismo que imperava (estou falando do longínquo ano de 1980). Havia uma disciplina que apenas apresentava as leis sobre o ensino! Desisti da licenciatura quando percebi que aqueles conteúdos eram formalistas e pouco críticos. Eu também não tinha planos de atuar no ensino fundamental, para o qual não me sentia preparado ou vocacionado.


Creio que a existência dessas duas habilitações, nesses termos, é um equívoco total. Entretanto, a ideia de que o ensino e a pesquisa são indissociáveis não deve encobrir a obviedade de que muitos estudantes de História serão professores e não farão pesquisa em termos estritos. É preciso, portanto, que os departamentos de História assumam, como uma tarefa que lhes é própria, a formação pedagógica. Isso significa, por exemplo, extinguir definitivamente a ideia de “conteúdos históricos” a serem “repassados”.


No meu currículo ideal para um curso de graduação em História, as disciplinas deveriam basear-se em um tripé que amparasse (a) o debate historiográfico, (b) as reflexões teórico-conceituais pertinentes ao tema e (c) o debate sobre o ensino das questões em pauta. Ou seja, para mim não deveriam existir as tais disciplinas de formação pedagógica e, muito menos, disciplinas obrigatórias como Metodologia da História. Todo professor universitário de História deveria ser capaz de debater o ensino e os aspectos teórico-metodológicos relacionados à sua disciplina. Claro que isso não não impediria a oferta de eletivas específicas sobre teoria, metodologia ou ensino.


O professor de História do ensino fundamental - no Brasil e em muitos outros países - raramente faz pesquisa (no sentido da produção intelectual de dissertações, teses, livros e artigos de História a partir de fontes primárias). Mesmo que ele tenha interesse nessa atividade, dificilmente haverá tempo para tanto. No Brasil e em outros países que ainda não resolveram o problema do ensino básico e fundamental, as condições materiais – especialmente o salário – também limitam qualquer iniciativa de pesquisa.


Isso não significa que o futuro professor possa dispensar a formação teórico-conceitual e historiográfica. Muito ao contrário. Nada mais tedioso para crianças e adolescentes do que um professor “conteudista”, que não domine as diversas leituras historiográficas e que não saiba apresentar os “bastidores” (teóricos e  metodológicos) da produção do conhecimento.


Quando escrevi no Brasil Recente, semana retrasada, sobre a carreira do historiador, alguns leitores viram como elitista a trajetória que descrevi: o bacharelando que passa imediatamente para o mestrado, ingressa no doutorado e só vai tentar seu primeiro emprego depois de se tornar doutor - uma espécie de "bolsista profissional".


O tema me ocorreu por causa de uma discussão que tive na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Um dos membros do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior levantou a seguinte questão: como é possível que um doutor, formado em um programa de pós-graduação bem conceituado pela Capes, seja reprovado em um concurso para professor universitário? A Capes, como o próprio nome diz, não investe apenas na formação de pesquisadores. Eu argumentei que nem todo pesquisador é um bom professor, mas não deixa de ser um problema a questão levantada pelo colega do Conselho.


O ideal seria que todos fôssemos ótimos professores e excelentes pesquisadores. Isso é impossível. Precisamos, ao menos, ficar atentos. O pesquisador deve se preocupar com a divulgação científica e não ter preconceitos em relação ao uso das novas mídias e das redes sociais. Também não deve ter medo de escrever para públicos diferentes: por exemplo, são raros os livros didáticos escritos por historiadores universitários. Do mesmo modo, eu acredito que o professor de História do ensino fundamental somente terá uma atuação realmente crítica desde que saiba destrinchar os meandros (teórico-metodológicos, conceituais e historiográficos) da pesquisa. É nesse sentido que se pode falar em indissociabilidade do ensino e da pesquisa.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Arqueólogos fazem novas descobertas no complexo de Karnak

Fonte: Terra
Missão descobriu um muro, blocos de pedra com inscrições e uma porta no templo do deus Ptah, no sul do Egito. Foto: EFE Missão descobriu um muro, blocos de pedra com inscrições e uma porta no templo do deus Ptah, no sul do Egito
Foto: EFE


Uma missão arqueológica francesa descobriu um muro, blocos de pedra com inscrições e uma porta no templo do deus Ptah no complexo de Karnak, em Luxor, no sul do Egito, anunciaram neste domingo autoridades locais.

O Ministério de Estado para as Antiguidades informou em comunicado que especialistas encontraram uma parede de pedra que cercava o templo do deus Ptah, que os egípcios relacionavam com a criação artística, as artes e a fertilidade.

O recinto de Ptah data do período Moderno (1550-1070 a.C.) e é um dos seis templos que formam o gigantesco complexo de Karnak em Luxor, o segundo lugar mais visitado do Egito depois das pirâmides de Gizé. Entre as descobertas desta escavação se destaca uma série de blocos de pedras talhadas que fazia parte do templo de Ptah, mas que data do reinado de Tutmosis III (1490-1436 a.C.), o faraó que ordenou a construção do templo.

Durante as escavações que culminaram com a descoberta do muro, os arqueólogos encontraram também uma porta que foi construída durante o reinado do faraó Shabaka (712-698 a.C), da dinastia XXV, que ampliou e restaurou o templo quase mil anos depois que Tutmosis III tê-lo construído.
Os arqueólogos determinaram que a porta dava acesso a um quarto onde se conservavam joias, e nos muros desta sala pode ser vista uma imagem que ainda conserva as cores originais e mostra o faraó apresentando o sinal da justiça ao deus Amon Rá.

A missão francesa planeja restaurar as peças encontradas e está preparando a abertura deste templo ao público. O complexo de Karnak, junto com as ruínas do templo de Luxor e a necrópole de Tebas foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979.