sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Contatos do escritor Victor Hugo com espíritos são tema de exposição em Paris


ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Fonte: Folhaonline

Em 1852, o escritor francês Victor Hugo (1802-1885), autor de livros como "Os Miseráveis" e um dos maiores poetas de todos os tempos, exilou-se na ilha de Jersey, entre a França e a Inglaterra, por motivos políticos.

Ali, viveu um episódio muito controverso da história cultural francesa.

Divulgação
Ectoplasma sai da boca de mulher em sessão mediúnica de 1918
Ectoplasma sai da boca de mulher em sessão mediúnica de 1918

Realizou, entre 1853 e 1855, inúmeras sessões de mesa falante (ou girante), a fim de se comunicar com espíritos --com sua filha Léopoldine, que havia morrido aos 19 anos, em 1843, afogada no Sena, mas também com William Shakespeare (1564-1616) e Dante (1265-1321).

Essa experiência é tema de uma interessantíssima exposição em cartaz (até 20 de janeiro) no museu Maison de Victor Hugo, em Paris: "Entrée des Médiums - Spiritisme et Art d'Hugo à Breton".

O título, "Entrada dos Médiuns", vem de um texto do escritor André Breton (1896-1966), líder do surrealismo, movimento literário e artístico que se interessou pelos fenômenos mediúnicos e chamou a atenção para a obra de médiuns-pintores.

PARANORMAIS

A primeira parte da mostra trata das relações de Hugo e sua família com o espiritualismo, expondo desenhos do poeta, fotos feitas por seu filho (e principal médium) Charles Hugo, além de manuscritos com as transcrições de mensagens colhidas na mesa falante de Jersey.

A segunda e a terceira partes trazem trabalhos de artistas-médiuns e de médiuns-artistas, todos eles pouco conhecidos e em geral classificados como "art brut", tais como Fernand Desmoulin (1853-1914), Victorien Sardou (1831-1908) e Hélène Smith (1861-1929), por exemplo.

O principal interesse da sessão sobre a metapsíquica (corrente de estudos criada pelo cientista Charles Richet com a finalidade de pesquisar fenômenos paranormais) é a série de fotos da médium Marthe Béraud expelindo ectoplasmas (materializações de espíritos).

As imagens são extraordinárias, "verdadeiras esculturas conceituais", nas palavras de Gérard Audine, diretor do museu.

As relações intensas, mas pouco ortodoxas, dos surrealistas com a metapsíquica, a vidência e o espiritismo concluem a mostra, com obras de Robert Desnos (1900-1945), André Masson (1896-1987), Yves Tanguy  (1900-1955) e outros.

Além de incomum, a exposição é audaciosa por abordar temas e crenças que sempre são tratados com muita discrição na França --pátria de Voltaire (1694-1778), mas também de Allan Kardec (1804-1869).

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Manuscritos do Mar Morto com mais de 2 milênios são publicados on-line


18. Dezembro 2012 - 14:19
Milhares de manuscritos do Mar Morto, que datam de mais de dois milênios, foram fotografados e a partir de agora podem ser consultados na internet, anunciou nesta terça-feira a Autoridade de Antiguidades israelense.

Entre esses manuscritos, figuram fragmentos dos pergaminhos mais antigos do Antigo Testamento descobertos até agora, em particular os Dez Mandamentos, do capítulo 1 do Gênese, até os Salmos e o Livro de Isaías, em sua integralidade e textos apócrifos.

As técnicas mais modernas de tratamento da imagem, desenvolvidas principalmente por especialistas da Nasa, foram utilizadas para arquivar e tirar do anonimato o conjunto dos milhares de fragmentos de manuscritos até agora pouco acessíveis ao grande público devido a sua fragilidade.

Os procedimentos empregados permitirão também analisar melhor o estado de conservação desses documentos, que datam do terceiro ao primeiro século de nossa era. O lugar onde foram encontrados os rolos do Mar Morto, considerados uma das descobertas arqueológicas mais importantes do século XX, foi localizado por acaso por um pastor de cabras em 1947, em Qumran, em uma gruta perto do Mar Morto na Cisjordânia.

Os documentos mais antigos remontam ao século III antes de Cristo e o mais recente foi redigido no ano 70, no momento da destruição do segundo Templo judeu por legiões romanas.

A maioria desses documentos estão conservados no Museu de Israel, em Jerusalém, e alguns foram apresentados no exterior, mas sua fragilidade limita sua manipulação e sua exposição à luz.
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