quinta-feira, 22 de março de 2012

Coronelismo e a política de favores no Brasil



A economia do país era basicamente agrícola. Os “coronéis” empregavam trabalhadores em suas fazendas e lhes pagavam salários miseráveis.
Criou-se um sistema em que os coronéis “ajudavam” os trabalhadores ao mesmo tempo em que exploravam sua força de trabalho. Emprestar dinheiro, oferecer auxílio na educação dos filhos e socorro em caso de doença, por exemplo, eram maneiras de controlar os trabalhadores e criar uma rede de dependência pessoal mantida pelo coronel local.
Os principais empregos e cargos públicos dependiam da influência dos coronéis. Por isso, pessoas de diferentes origens e profissões tentavam se aproximar dos coronéis em busca de favores, o que caracteriza o clientelismo.
Em troca desses favores, os coronéis exigiam que votassem nos candidatos de seu partido. Quem se negasse a votar perdia seus favores e sofriam com a violência dos jagunços que trabalhavam para os coronéis.
Os jagunços deviam controlar o voto dos eleitores, que naquela época era aberto. Essa prática de votar sob pressão ficou conhecida como voto de cabresto. Além disso era comum haver fraudes nas eleições visando garantir a vitória dos candidatos ligados aos coronéis.

Oligarquias
O coronel mais importante em cada município ou região aliava-se a fazendeiros de outros municípios ou regiões para eleger o governador do estado, mantendo o poder político nas mãos do mesmo grupo.
Desta forma, os grandes fazendeiros montavam redes de transmissão de poder. Essas redes foram chamadas de oligarquias.
No nordeste os coronéis tinham poder até para criar seus próprios exércitos.
Política do café com leite. O primeiro presidente civil da República foi Prudente de Morais (1894 – 1898), sucedido pelo fazendeiro paulista Campos Sales, que ficou até 1913.
Alianças e fraudes eram os métodos utilizados pelas oligarquias. Em São Paulo e Minas Gerais, eles se organizaram em dois partidos: o PRP (Partido Republicano Paulista), ligado as fazendas de café e o RPM (Partido Republicano Mineiro), ligados aos produtores de leite. Essa aliança dominou boa parte da vida política do país e por isso ganhou o nome de república do café com leite.
  
Café e Poder
O café liderou os produtos brasileiros de exportação durante toda a Primeira República, representando 50% do total de vendas ao exterior.
No final do século XX o consumo de café amplio-se em todo o Ocidente, o que levou a cafeicultura a se expandir para atender o mercado. Essa expansão possibilitou o desenvolvimento de São Paulo e Santos e a chegada dos trabalhadores provenientes de outros países, os imigrantes.
O Brasil foi um dos maiores destinos dos imigrantes europeus e asiáticos, seduzidos pela propaganda do governo brasileiro. Mais de 3,5 milhões de imigrantes de diferentes países vieram para o Brasil, sendo São Paulo a cidade que mais recebeu imigrantes, cerca de 57% do total.
A imigração por longo tempo desencadeou mudanças, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país, transformando a alimentação, moradias e rotina de trabalho.
Muitos fazendeiros começaram a construir suas residências nas cidades, para ficar mais perto de onde o café era comercializado. Esses novos moradores se juntaram ao grande numero de trabalhadores.
Para atender a tanta gente, ampliaram-se os transportes urbanos, a pavimentação das ruas, a iluminação e expandir as estradas de ferro.
Entusiasmados com os lucros, os cafeicultores aumentaram suas plantações, a ponto de o total de café produzido se maior que o consumido. Isso levou a uma crise, pois os preços caíram e havia estoques imensos que não eram vendidos.

Convênio de Taubaté
Para tentar resolver a crise os fazendeiros se reuniram e fizeram um acordo que ficou conhecido como Convênio de Taubaté. Nesse acordo os fazendeiros propuseram que todo o café excedente fosse comprado pelo governo federal e estocado para ser vendido posteriormente, quando o preço se normalizassem.

O presidente Campos Sales não atendeu aos cafeicultores - mesmo sendo um deles - e não autorizou o empréstimo no exterior para a compra dos estoques de café. Já os presidentes eleitos após 1919 aceitaram integralmente.

5 comentários:

  1. ADOREI O TEXTO ME AJUDOU MUITO NO MEU TRABALHO DE ESCOLA

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  2. muito bom ;) me ajudou muitoo

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  3. As dicas foram muito úteis para o meu trabalho de História. Obrigado!

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  4. Parabénsao Autor, achei muiti detalhado o artigo.

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