domingo, 23 de fevereiro de 2014
NADA DE NOVO NO FRONT
Erich Maria Remarque
Em 1929 era publicado, na Alemanha, o livro Nada de Novo no Front de Eric Maria Remarque. Trata-se de uma obra condenatória dos horrores da Primeira Guerra Mundial, escrita por um homem que serviu no exército alemão tendo sido, inclusive, seriamente ferido. Remarque viu de perto o morticínio das trincheiras e seu livro exerceu profunda influência sobre o pensamento pacifista. Basta lembrar que foi proibido, na Alemanha, quando os nazistas assumiram o poder.
Os trechos selecionados procuram enxergar a guerra por um outro viés, através da ótica de quem esteve no front, ameaçado permanentemente pela destruição e pela morte. O autor, na caloria, fala às gerações futuras: ''Este livro não pretende ser, libelo nem uma confissão: apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra.''
Através do relato do soldado Paul Báumer toma-se contato não apenas com os horrores da guerra mas, também, com os sonhos e esperanças frustradas de toda uma verdadeira "geração perdida''.
Estamos no outono. Dos veteranos, já não há muitos. Sou o ultimo dos sete colegas de turma que vieram para cá.
Todos falam de paz e armistício. Todos esperam. Se for outra decepção, eles vão se desmoronar. As esperanças são muito fortes; é impossível destruí-las sem uma reação brutal. Se não houver paz, então haverá revolução.
Tenho catorze dias de licença, porque engoli um pouco de gás. Num pequeno jardim, fico sentado o dia inteiro ao sol. O armistício virá e breve, até eu já acredito agora. Então iremos para casa.
Neste ponto meus pensamentos param e não vão mais adiante. O que me atrai e me arrasta são os sentimentos. E a ânsia de viver, é a nostalgia da terra natal, é o sangue, é a embriaguez da salvação. Mas não são objetivos.
Se tivéssemos voltado em 1916, do nosso sofrimento e da força de nossa experiência poderíamos ter desencadeado uma tempestade. Mas se voltarmos agora estaremos cansados, quebrados, deprimidos, vazios, sem raízes e sem esperanças. Não conseguiremos mais achar o caminho.
E as pessoas não nos compreenderão, pois antes da nossa cresceu uma geração que, sem dúvida, passou estes anos aqui junto a nós, mas que já tinha um lar e uma profissão, e que agora voltará para suas antigas colocações e esquecerá a guerra... e depois de nós crescerá uma geração semelhante à que fomos em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. Seremos inúteis até para nós mesmos. Envelheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente se resignarão e a maioria ficará desorientada: os anos passarão e, por fim, pereceremos todos.
Mas talvez tudo que penso seja apenas melancolia e desalento que desaparecerão quando estiver de novo sob os choupos e ouvir novamente o murmúrio das suas folhas. É impossível que já não existam a doçura que fazia nosso sangue se agitar, a incerteza, o futuro com suas mil faces, a melodia dos sonhos e dos livros, os sussurros e os pressentimentos das mulheres. Tudo isso não pode ter desaparecido nos bombardeios, no desespero e nos bordéis. Aqui as árvores brilham, alegres e douradas, os frutos das sorveiras têm matizes avermelhados por entre a folhagem; as estradas correm brancas para o horizonte, os rumores de paz fazem as cantinas zumbirem como colmeias.
Levanto-me.
Estou muito tranquilo. Que venham os meses e os anos, não conseguirão tirar mais nada de mim, não podem me tirar mais nada. Estou tão só e sem esperança que posso enfrentá-los sem medo. A vida, que me arrastou por todos estes anos, eu ainda a tenho nas mãos e nos olhos. Se a venci, não sei. Mas enquanto existir dentro de mim — queira ou não esta força que em mim reside e que se chama eu —, ela procurará seu próprio caminho.
Tombou morto em outubro de 1918, num dia tão tranquilo em toda a linha de frente que o comunicado se limitou a uma frase: "Nada de novo no fronte".
Caiu de bruços e ficou estendido, como se estivesse dormindo. Quando alguém o virou, viu-se que ele não devia ter sofrido muito. Tinha no rosto uma expressão tão serena que quase parecia estar satisfeito de ter terminado assim.
Remarque, Erich Maria. Nada de Novo no Front. São Paulo, Circulo do Livro, s/d, pp. 223-24.
A VIDA (?) NAS TRINCHEIRAS
A Primeira Guerra Mundial apresentou duas fases bastante nítidas: num primeiro momento, a guerra de movimento, logo seguida, devido ao flagrante equilíbrio entre os dois lados em luta, de uma guerra de posições fixas, em que as trincheiras tornaram-se comuns. Exércitos inteiros, contando com milhares de homens enfiados em trincheiras, separados por alguns quilómetros de distância, passaram longos meses tentando avançar algumas centenas de metros.
A trincheira, verdadeira marca registrada da Primeira Guerra Mundial, é o reflexo do impasse tático, do equilíbrio de forças e da supremacia defensiva. A vida dentro delas, através de relatos de soldados ingleses, franceses, alemães, etc., era um verdadeiro inferno. Ainda hoje, as descrições que nos chegaram causam espanto e horror ante o grotesco do espetáculo.
Os trechos selecionados revelam com clareza o cotidiano marcado pelo medo, pela fome, pelo desespero, pela nulidade da vida, em síntese, pela degradação moral a que chegou o ser humano. Mas, em um ou outro relato é possível, também, perceber que alguma solidariedade, independente da cor da farda que se está usando, ainda sobrou, talvez para lembrar que, apesar de tudo, os homens ainda eram homens.
1. "A mesma velha trincheira, a mesma paisagem, Os mesmos ratos, crescendo como mato, Os mesmos abrigos, nada de novo, Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma, Os mesmos cadáveres no fronte. A mesma metralha, das duas às quatro, Como sempre cavando, como sempre caçando, A mesma velha guerra dos diabos." A. A. M Une: Combate no Somme)
2. "No alto, nas linhas incompletas, os rapazes ficavam a noite toda - tinha caído muita neve e a chuva completou sua evaporação em água. (...) Uma estaca de madeira ajudara a formar uma camada de terra sobre as paredes encharcadas e um homem pode orgulhar-se disso: parecer parte de uma trincheira. A chuva, a chuva impiedosa, ensopando e entorpecendo — e, assim, passar a noite inteira. (...) Acabo de chegar de um lugar onde jazem 50.000 corpos, ossos e arame farpado por toda parte. Os próprios esqueletos embranqueciam se alguém saía pela colina terrivelmente atacada e destroçada. Botas e ossos saindo pelas paredes do abrigo da gente e, no entanto: lá se é feliz." (Sargento Ernest Broughton)
3. "Ainda estou atolado nesta trincheira. (...) Não me lavei, nem mesmo cheguei a tirar a roupa, e a média de sono, a cada 24 horas, tem sido de duas horas e meia. Não creio que já tenhamos começado a rastejar como animais, mas não acredito que me tivesse dado conta se já houvesse começado: é uma questão de somenos."
(Capitão Edwin Gerará Venning, França)
4. "As rações chegam às trincheiras inglesas em pacotes de dez, em mulas, e então são levadas adiante por mulas humanas. Não foi trazida água, mas o gelo, das crateras formadas pelas bombas, foi dissolvido para esse fim. (...) Logo passou-se a usar um machado para encher os caldeirões com gelo e obter grandes quantidades de água. Nós a usamos para fazer chá durante vários dias, até que um cara notou um par de botas plantado (...) e descobriu que elas estavam enfiadas em um corpo. (...) Em geral, para dormirmos aquecidos, deitávamo-nos uns junto aos outros, dividindo os cobertores — cada homem levava dois. O frio, no entanto, se mostrou preferível à lama (formada com o degelo). (...) Pelo menos, podíamos nos mover." (Sargento E. W. Simon, rio Somme)
5. "O campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afimdados no pântano e nos campos de nabos em crescimento. As pernas de um soldado inglês, ainda envoltas em polainas, irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado com outros; um soldado apoia o seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante. No cemitério de Langermark os restos de uma matança foram empilhados e os mortos ficaram acima do nível do chão. As bombas alemãs, caindo sobre o cemitério, provocaram uma horrível ressurreição. Num determinado momento, eu vi 22 cavalos mortos, ainda com os arreios. Gado e porcos jaziam em cima, meio apodrecidos. Avenidas rasgadas no solo, inúmeras crateras nas estradas e nos campos." (De Um Fatalista na Guerra, de Rudolf Binding, que serviu numa das divisões da Jungdeutschland.)
6. "Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa cónosco. Não somos revezados. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações estão esgotadas — pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno!"
(De uma carta encontrada no bolso de um praça alemão na batalha de Somme)
7. "Ao ouvir alguns gemidos quando eu ia para as trincheiras, olhei para um abrigo ou buraco cavado ao lado e achei nele um jovem alemão. Ele não podia se mover porque suas pernas estavam quebradas. Implorou-me que lhe desse água, eu corri atrás de alguma coisa e encontrei um pouco de café que logo lhe dei para beber. Ele dizia todo o tempo 'Danke, Kamerad, danke, danke' (Obrigado, Camarada, obrigado, obrigado). Por mais que odeie os boches, quando você os está combatendo, a primeira reação que ocorre ao vê-los caídos por terra e feridos é sentir pena. (...) Nossos homens são muito bons para com os alemães feridos. Na verdade, gentileza e compaixão com os feridos, foram talvez as únicas coisas decentes que vi na guerra. Não é raro ver um soldado inglês e outro alemão lado a lado num mesmo buraco, cuidando um do outro, fumando calmamente."
(Tenente Arthur Conway Young, França, 16 de setembro de 1916)
Roberts, J. M. (org.). História do Século XX. São Paulo, Abril, 1974, v. 2, pp. 796, 953, 960 e 961.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Arqueólogos descobrem mansão de 21 quartos que revela a vida luxuosa do Antigo Egito
Arqueólogos descobrem mansão de 21 quartos que revela a vida luxuosa do Antigo Egito
Uma surpreendente descoberta arqueológica, realizada próxima das pirâmides de Gizé, dá indícios de como era a vida de luxo de alguns setores da sociedade egípcia. Liderado por Richard Redding, chefe de Pesquisas do Ancient Egypt Research Associates, um grupo de pesquisadores encontrou restos de uma estrutura parecida com uma mansão, de cerca de 4.500 anos de idade. No local também foram descobertos ossos de jovens bovinos e dentes de leopardo. Esses e outros elementos apontam para um estilo de vida bastante luxuoso, digno de um membro da realeza.
Próximo da casa de 21 quartos foram encontrados ainda selos de funcionários de alta patente que visitavam ou viviam na propriedade e que exerciam funções como “escriba da caixa real” ou “escriba da escola real”.
O chefe das pesquisas não escondeu sua incredulidade diante da descoberta dos restos de animais ao afirmar que “quase todos os bovinos encontrados tinham menos de 10 meses”. Ou seja, os moradores se alimentavam de carne de vitela, um hábito de luxo para a época.
Os dentes de leopardo, no entanto, ainda representavam um mistério para os pesquisadores. Para decifrá-lo, Reddings tentou encontrar pistas nos desenhos do Império Antigo (período entre 2.649 e 2.150 a.C). Ele identificou figuras de membros da família real vestindo peles de leopardo, inclusive a cabeça. A conclusão é de que as peles podem ter sido utilizadas como enfeites pessoais. Os achados foram divulgados no último mês de janeiro.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Renascimento Cultural
As
Artes
O que hoje chamamos de arte era
conhecido apenas por OFÍCIOS durante o renascimento, não havendo diferença
entre o pintor e um ourives.
Essa distinção ocorre apenas no
séc. XVII com a hierarquização da arte.
O Renascimento das artes ocorreu em
todas as partes da Europa, mas foi na Itália que ela melhor se desenvolveu.
Tivemos 3 fases do renascimento
italiano:
1º Fase – Trecento
(séc. XIV)
Marcado por um período de
transição, que mescla os elementos da arte gótica e bizantina.
Pintores como Giotto e Ambrogio
Lorenzetti. (trabalho com cores e luzes para dar volume)
Escritores como Dante (A divina
comédia), Petrarca (inventor do soneto)e Bocaccio (Decameron).
Gótico
Com o Renascimento, caracterizado
pelo ideal de liberdade e individual, o pintor demonstra seu estilo pessoal
expressando seus sentimentos e idéias, sem submissão a nenhum poder que não a
sua capacidade de criação.
Giotto
Quattrocento (séc. XV)
Considerado a consolidação do renascimento, tendo Florença como o centro
artístico.
Novo impulso através das MECENAS (financiados
por Cosimo de Médici).
Os PAPAS também financiaram os
artistas.
Destaca-se: Donatello, Masaccio,
Botticelli e Brunellesci.
Masaccio: Imitação do real.
Foi o 1º a conceber a pintura como
imitação fiel do real, reproduzindo as coisas tal como elas são.
Seu realismo parece ter a intenção
de convencer o observador da realidade da cena e convidá-lo a participar de sua
representação.
Fra
Angelico
–
Conciliação
entre o terreno e o sobrenatural
Considerado o herdeiro de Masaccio,
por causa do seu interesse pela realidade humana.
Sua formação cristã fez com que
suas obras tivesse fortes tendências religiosas.
O ser humano representado por Fra
Angelico não parece representar inquietações diante do mundo, mas uma submissão
a Deus.
Botticelli
Foi o que melhor expressou um ritmo
suave e gracioso, expressando a beleza associada ao ideal cristão da graça
divina.
Primavera – feita para decorar uma
parede da casa de um dos membros da família Médici.
Ao Centro está a deusa Vênus; acima
de sua cabeça, Cupido dispara suas setas que despertam o sentimento de amor. À
esquerda de Vênus estão Flora, a Primavera
e Zéfiro, o vento oeste, na mitologia grega. À direita estão as três
Graças e Mercúrio, o mensageiro dos deuses.
Cinquecento (final
XV e todo XVI)
Considerado o auge do Renascimento.
As rotas comerciais do
Mediterrâneo, que ligavam a Europa ao Oriente, tornaram-se menos lucrativo e as
novas rotas descobertas pelos portugueses e espanhóis, provocaram um
deslocamento gradual da produção artística para Roma, sede do Papado.
Roma abrigou artistas como Rafael,Leonardo
da Vinci e Michelangelo.
Leonardo
da Vinci – Busca
do conhecimento científico e da beleza artística.
Foi um dos maiores pintores do
Renascimento.
Foi urbanista, escultor, arquiteto
(projetou uma rede de canais e um sistema de abastecimento de água e esgoto de
Milão), botânico, estudioso de anatomia, engenheiro, cartógrafo, geólogo e
inventor (espécie de helicóptero e paraquedas).
Pintou poucos quadros, sendo as
mais famosas: Monalisa, Santa ceia e a Virgem do Rochedo.
Rafael – Equilíbrio
e simetria
Rafael Sanzio é o pintor que melhor
desenvolveu a harmonia e regularidade das formas e de cores.
Comunicam ao observador um
sentimento de ordem e segurança, dispostos em espaços amplos e simetria
equilibrada.
Michelangelo
Um dos mais conhecidos artistas do
Renascimento, principalmente por ter pintado o teto da capela sistina.
Mas Michelangelo ficou famoso em
sua época pelas esculturas como Davi e Pietá
•“Digam ao papa que esse é um
problema de fácil solução; basta que ele torne o mundo um lugar mais adequado,
e a pintura logo se mostrará ajustada ao modelo”.
•Michelangelo.
Missão espanhola faz descoberta que pode rever cronologia faraônica
Uma missão de arqueólogos espanhóis e egípcios fez uma descoberta em uma tumba no sul do Egito que abre portas à reinterpretação da cronologia faraônica, pois poderia demonstrar que Amenhotep III e seu filho Amenhotep IV, conhecido como Akenaton, reinaram juntos.
A missão, liderada pelo arqueólogo espanhol Francisco Martín Valentín, escavou os restos de um muro e as colunas do mausoléu de um ministro da XVIII dinastia faraônica (1569-1315 a.C.) na região de Al Asasif, na província meridional de Luxor.
O grande diferencial da descoberta, explicou Valentín à Agência Efe, é que na escavação foram encontradas gravuras com os nomes de Amenhotep III e Amenhotep IV juntos.
Isto, segundo o especialista, "pode confirmar que os dois reis governaram juntos entre nove e dez anos dos 39 de Amenhotep III, já que os textos das colunas explicam que eram soberanos do Alto e do Baixo Egito".
"Não há nada semelhante na história faraônica", afirmou taxativamente Martín Valentín.
O chefe do departamento de Egiptologia do Ministério de Antiguidades egípcio, Ali Asfar, destacou a importância dos nomes destes dois faraós aparecerem juntos.
Asfar reconheceu que é muito complicado estabelecer as datas exatas dos reinados faraônicos, mas admite que este caso poderia obrigar a uma revisão das cronologias já estabelecidas, pois "confirmaria que ambos reinaram juntos".
Os reinados de Amenhotep III, também conhecido como Amenofis III, e de Amenhotep IV, que entrou para a história sob o nome de Akenaton, estão entre os mais relevantes do Egito Antigo por razões diferentes.
O pai governou um país que conheceu um dos maiores períodos de prosperidade e estabilidade interna de sua história, com um longo mandato de quase quatro décadas.
Até agora, os especialistas pensavam que o filho havia se rebelado contra a forma do pai de conduzir o reinado e que, após sucedê-lo no trono após sua morte, adquiriu o nome de Akenaton e instaurou pela primeira vez o monoteísmo, com Aton como deus oficial.
No entanto a descoberta, explicou Martín Valentín, dá a entender que pai e filho estavam de acordo nessa autêntica revolução, já que compartilharam o reinado por uma década.
A missão escolheu a tumba do ministro real, identificado como Amenhotep Huy, com a convicção que nela poderiam ser encontrados documentos que confirmassem o reinado conjunto.
"Desde 2009 trabalhamos neste lugar, onde escavamos cerca de 400 metros quadrados, e esperamos novas descobertas nos 600 metros quadrados que ainda faltam", disse o arqueólogo, antes de acrescentar que ninguém tinha escavado antes esse mausoléu inacabado.
Segundo o espanhol, Amenhotep III governou entre 1397 e 1340 antes de Cristo, por cerca de 38 anos, enquanto Amenhotep IV esteve à frente do país entre 1360 e 1348 a. C, ou seja, por 17 anos.
A descoberta indicou que foram nesses dez anos de reinado conjunto que teria explodido a chamada "revolução atoniana".
"Acho que tanto o pai como o filho, ou toda a família real, promoveram essa revolução, que deslocou o deus Amon, que era venerado em Tebas, capital faraônica de então", comentou Martín Valentín.
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