Entenda a fundação do Partido Nacional-Socialista de Hitler
Originalmente, o partido nazista se chamou Partido dos Trabalhadores Alemães e surgiu no ano de 1918
Voltaire Schilling
Fonte: www.terra.com.br
Originalmente, o partido nazista denominou-se de Partido dos Trabalhadores Alemães (Deutsches Arbeit Partei, ou DAP), cujo embrião surgira em 7 de novembro de 1918 por iniciativa de Anton Dextler, o serralheiro que convidou Hitler para associar-se à organização. Suas características básicas não deixam duvidas sobre seu compromisso com o chauvinismo, o antissemitismo e o antibolchevismo. Nele, logo se identificaram dois núcleos básicos.
O primeiro desses núcleos era de ordem ideológica, decorrente da adesão dos membros da sociedade Thule (Thule Gesellschaft), uma ordem ocultista exaltadora das virtudes raciais, também chamada de German Order, liderada pelo sumo-sacerdote Dieter Eckhart, um satanista que exerceu forte influência sobre Hitler nos seus anos de ativismo em Munique. Foi ele quem o introduziu nos meios sociais mais elevados da Bavária, assim como também financiou o jornal do partido, o Völkischer Beobachter. (*)
Originalmente, o partido nazista denominou-se de Partido dos Trabalhadores Alemães (Deutsches Arbeit Partei, ou DAP), cujo embrião surgira em 7 de novembro de 1918 por iniciativa de Anton Dextler, o serralheiro que convidou Hitler para associar-se à organização. Suas características básicas não deixam duvidas sobre seu compromisso com o chauvinismo, o antissemitismo e o antibolchevismo. Nele, logo se identificaram dois núcleos básicos.
O primeiro desses núcleos era de ordem ideológica, decorrente da adesão dos membros da sociedade Thule (Thule Gesellschaft), uma ordem ocultista exaltadora das virtudes raciais, também chamada de German Order, liderada pelo sumo-sacerdote Dieter Eckhart, um satanista que exerceu forte influência sobre Hitler nos seus anos de ativismo em Munique. Foi ele quem o introduziu nos meios sociais mais elevados da Bavária, assim como também financiou o jornal do partido, o Völkischer Beobachter. (*)
“No começo nós éramos apenas sete homens, hoje a Alemanha inteira nos segue”, dizia Hitler nos comíciosFoto: Getty Images
Ela tinha como símbolo a cruz suástica encimando uma mão numa espada e um dos seus intentos era substituir a Cruz de Cristo pela Cruz Gamada dos supremacistas arianos.
A mitológica Thule era uma espécie de Jardim do Éden dos povos nórdicos, habitada pelos hiperbóreos, super-homens física e mentalmente perfeitos de quem, acreditavam os adeptos, os alemães herdaram suas virtudes maiores.
Fundada em agosto de 1919 pelo aventureiro barão Rudolf von Sebottendor, seus integrantes formavam uma espécie de ‘nobreza sacerdotal’, tendo entre eles como figuras de maior nome o ideólogo Arthur Rosemberg, Max Amann, editor da revista Der Schwarze Korps da SS e quem sugeriu a Hitler dar o titulo de Minha Luta ao seu livro, Rudolf Hess, o secretário particular de Hitler, o professor Karl Haushofer, que sugeriu a Hitler valer-se da cruz suástica como símbolo do partido, o advogado Hans Frank, mais tarde governador-geral da Polônia ocupada, e o economista Gottfried Feder. Todos eles se tornaram personalidades expressivas do regime, dando-lhe alimento ideológico e mitológico.
(*) Consta que Dieter Eckhart teria dito em seu leito de morte: "Sigam Hitler, ele dançará, mas fui eu que chamei a melodia. Eu o iniciei na Doutrina Secreta, abri seus centros de visão e lhe dei os meios para se comunicar com os poderes.” (Trevor Ravenscroft, The Spear of Destiny, p. 91).
Outro núcleo duro do partido foi composto pelos veteranos de guerra, pelos frontkämpfer, os homens do front, que haviam servido com Hitler nas trincheiras, todos eles inconformados com o cenário do após-guerra e com as humilhações impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes, tendo na vingança futura sua razão de viver.
Estavam sempre próximos ao líder desde o tempo em que ele era apenas um agitador paroquial, acompanhando-o nas manifestações de rua, nos comícios e nas atividades de proselitismo e de propaganda, como estavam ao lado dele no episódio do fracassado putsch da cervejaria, ocorrido em 1923, em Munique.
Apoiaram-no igualmente quando ele decidiu acrescentar ao partido a denominação ‘nacional-socialista’, alterando o nome da agremiação para NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) assim como na introdução da cruz suástica num círculo branco dentro de uma bandeira vermelha para marcar seu compromisso com a revolução social pretendida.
Hitler sempre os tratou com deferência. Eram os Alte Kameraden, seus ‘velhos camaradas’, com quem fazia questão de partilhar os canecos de cerveja nas ocasiões festivas, como a celebração do levante de 8 de novembro, anualmente comemorada em Munique ou em Nuremberg, ou no registro da ascensão dele ao poder em 30 de janeiro.
Liderados pelo ex-capitão Ernst Röhm, secundado por Heinrich Himmler, futuro chefe da SS, e por Franz Pfeffer von Salomon, o primeiro comandante das SA, além de Otto Wagener e do instável e amotinado Walter Stenes. Todos haviam militado nos corpos-francos (Freierkorps) durante as tentativas revolucionárias de 1918 e 1920, colocando-se ao lado das forças militares e do governo na luta contra a esquerda armada. Quando Hitler gostava de dizer nos comícios que ‘no começo nós éramos apenas sete homens, hoje a Alemanha inteira nos segue’, certamente era a eles a quem se referia.
O uniforme deles surgiu de um modo inesperado, pois se tratava de uma carga de camisas pardas que seriam enviadas às tropas coloniais alemãs da Namíbia, na África, mas que terminaram ficando nos depósitos dos armazéns portuários da Alemanha impedidas de embarcar pela eficácia do bloqueio naval inglês.
Obediente à estrutura hierárquica militar, o partido tinha no Führer sua autoridade máxima, havendo uma subdivisão entre a Secretária-geral, sob comando de Martin Bormann, e a Organização Política, ao encargo do Doutor Robert Ley. Em cada uma das 42 divisões administrativas da república havia um Gauleiter, um líder regional que representava a autoridade do Führer, que, por sua vez supervisionava os lideres distritais (Kreisleiter) e os ramos menores do partido, as células (Kreis) existentes nos bairros, nas fábricas, nos quartéis, nas escolas, nas universidades, nas repartições, etc.
Enquanto a milícia do partido formava os batalhões da SA, os jovens entre 10 e 18 anos, desde 1922, organizados nos moldes do escotismo, dividiam-se entre a Hitlerjügen (inicialmente denominado de Jugendbund der NSDAP, com 2,3 milhões de integrantes, liderada por Baldur Von Schirach, editor da revista Wille zur Macht, a ‘ Vontade de Poder’), e a Deutsche Mädchen. A adesão, que nos começos era voluntária, se tornou compulsória a partir de 1936.
No transcorrer dos anos eles assumiram funções paramilitares e devido ao intenso treinamento militar a que eram submetidos foram colocados como força de reserva, atuando como bombeiros no rescaldo dos bombardeamentos e auxiliando a população a salvar-se dos grandes incêndios depois dos ataques aéreos.
Uma divisão blindada inteira da SS, a 12ª panzer, foi formada com jovens de 16 e 18 anos: a SS Hitlerjügen, com 20.540 soldados, que combateu fanaticamente na Normandia por ocasião do desembarque aliado do Dia-D, em 1944. No final do conflito, 50% deles haviam perecido em combate.
Além disto, o partido abria-se às corporações e associações profissionais. Devido ao seu discurso biologicista, recebeu enorme adesão dos médicos (nos anos 30, 43% dos doutores alemães ingressaram nas fileiras dos nazistas).
A mitológica Thule era uma espécie de Jardim do Éden dos povos nórdicos, habitada pelos hiperbóreos, super-homens física e mentalmente perfeitos de quem, acreditavam os adeptos, os alemães herdaram suas virtudes maiores.
Fundada em agosto de 1919 pelo aventureiro barão Rudolf von Sebottendor, seus integrantes formavam uma espécie de ‘nobreza sacerdotal’, tendo entre eles como figuras de maior nome o ideólogo Arthur Rosemberg, Max Amann, editor da revista Der Schwarze Korps da SS e quem sugeriu a Hitler dar o titulo de Minha Luta ao seu livro, Rudolf Hess, o secretário particular de Hitler, o professor Karl Haushofer, que sugeriu a Hitler valer-se da cruz suástica como símbolo do partido, o advogado Hans Frank, mais tarde governador-geral da Polônia ocupada, e o economista Gottfried Feder. Todos eles se tornaram personalidades expressivas do regime, dando-lhe alimento ideológico e mitológico.
(*) Consta que Dieter Eckhart teria dito em seu leito de morte: "Sigam Hitler, ele dançará, mas fui eu que chamei a melodia. Eu o iniciei na Doutrina Secreta, abri seus centros de visão e lhe dei os meios para se comunicar com os poderes.” (Trevor Ravenscroft, The Spear of Destiny, p. 91).
Os velhos camaradas
Outro núcleo duro do partido foi composto pelos veteranos de guerra, pelos frontkämpfer, os homens do front, que haviam servido com Hitler nas trincheiras, todos eles inconformados com o cenário do após-guerra e com as humilhações impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes, tendo na vingança futura sua razão de viver.
Estavam sempre próximos ao líder desde o tempo em que ele era apenas um agitador paroquial, acompanhando-o nas manifestações de rua, nos comícios e nas atividades de proselitismo e de propaganda, como estavam ao lado dele no episódio do fracassado putsch da cervejaria, ocorrido em 1923, em Munique.
Apoiaram-no igualmente quando ele decidiu acrescentar ao partido a denominação ‘nacional-socialista’, alterando o nome da agremiação para NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) assim como na introdução da cruz suástica num círculo branco dentro de uma bandeira vermelha para marcar seu compromisso com a revolução social pretendida.
Hitler sempre os tratou com deferência. Eram os Alte Kameraden, seus ‘velhos camaradas’, com quem fazia questão de partilhar os canecos de cerveja nas ocasiões festivas, como a celebração do levante de 8 de novembro, anualmente comemorada em Munique ou em Nuremberg, ou no registro da ascensão dele ao poder em 30 de janeiro.
Liderados pelo ex-capitão Ernst Röhm, secundado por Heinrich Himmler, futuro chefe da SS, e por Franz Pfeffer von Salomon, o primeiro comandante das SA, além de Otto Wagener e do instável e amotinado Walter Stenes. Todos haviam militado nos corpos-francos (Freierkorps) durante as tentativas revolucionárias de 1918 e 1920, colocando-se ao lado das forças militares e do governo na luta contra a esquerda armada. Quando Hitler gostava de dizer nos comícios que ‘no começo nós éramos apenas sete homens, hoje a Alemanha inteira nos segue’, certamente era a eles a quem se referia.
O uniforme deles surgiu de um modo inesperado, pois se tratava de uma carga de camisas pardas que seriam enviadas às tropas coloniais alemãs da Namíbia, na África, mas que terminaram ficando nos depósitos dos armazéns portuários da Alemanha impedidas de embarcar pela eficácia do bloqueio naval inglês.
A estrutura da organização
Obediente à estrutura hierárquica militar, o partido tinha no Führer sua autoridade máxima, havendo uma subdivisão entre a Secretária-geral, sob comando de Martin Bormann, e a Organização Política, ao encargo do Doutor Robert Ley. Em cada uma das 42 divisões administrativas da república havia um Gauleiter, um líder regional que representava a autoridade do Führer, que, por sua vez supervisionava os lideres distritais (Kreisleiter) e os ramos menores do partido, as células (Kreis) existentes nos bairros, nas fábricas, nos quartéis, nas escolas, nas universidades, nas repartições, etc.
Enquanto a milícia do partido formava os batalhões da SA, os jovens entre 10 e 18 anos, desde 1922, organizados nos moldes do escotismo, dividiam-se entre a Hitlerjügen (inicialmente denominado de Jugendbund der NSDAP, com 2,3 milhões de integrantes, liderada por Baldur Von Schirach, editor da revista Wille zur Macht, a ‘ Vontade de Poder’), e a Deutsche Mädchen. A adesão, que nos começos era voluntária, se tornou compulsória a partir de 1936.
No transcorrer dos anos eles assumiram funções paramilitares e devido ao intenso treinamento militar a que eram submetidos foram colocados como força de reserva, atuando como bombeiros no rescaldo dos bombardeamentos e auxiliando a população a salvar-se dos grandes incêndios depois dos ataques aéreos.
Uma divisão blindada inteira da SS, a 12ª panzer, foi formada com jovens de 16 e 18 anos: a SS Hitlerjügen, com 20.540 soldados, que combateu fanaticamente na Normandia por ocasião do desembarque aliado do Dia-D, em 1944. No final do conflito, 50% deles haviam perecido em combate.
Além disto, o partido abria-se às corporações e associações profissionais. Devido ao seu discurso biologicista, recebeu enorme adesão dos médicos (nos anos 30, 43% dos doutores alemães ingressaram nas fileiras dos nazistas).
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