segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Transformação Escolar

Vasculhando minhas coisas encontrei esse trabalho feito no primeiro ano da faculdade, espero que gostem.

 

 

São Paulo, 23 de abril de 2008.

 

UNIBAN

Universidade Bandeirante de São Paulo


NOMES:                                           Nº:

Henrieta Righi dos Santos            11
Leandro Rodolfo Meyer                 17
Ricardo Viana                                 26

Matéria: Fundamentos da Educação
Profº: Edgar

“A Transformação Escolar”

A partir das modificações que a Secretária de Educação do Estado de São Paulo está adotando, podemos refletir sobre a educação atual do nosso país.
A educação passou em determinado momento, de uma visão pautada nas imposições dos jesuítas em que a educação tinha como objetivo a evangelização propriamente dita, passando por várias modificações, sendo uma delas a de “Kant” que valorizava a consciência moral, dizendo que “a educação, ao desenvolver a faculdade da razão, leva a formação do caráter moral”, fortalecendo a idéia de que era necessário transmitir a maior quantidade possível de conhecimento, se estendendo até o inicio do século vinte quando surge a “Escola Nova”, com outras visões.
Quando pensamos em educação - a escola propriamente dita - vem em nossa mente à imagem da “escola perfeita”, pautada na liberdade de interação “Aluno-Professor”, em que os educandos descobrem como interpretar os mecanismos da sociedade de forma critica e participativa, descobrindo também como desenvolver sua capacidade “intelectual-emocional”.
Mas essa não é a realidade existente hoje na Educação em nosso país.
A educação é fator de interação constante entre os homens, ela se dá a partir da experiência do outro, interagindo com as próprias experiências do ser em questão. No entanto, quando transferimos para a formalização da educação – que chamamos de escola – essa interação deve se dar através de uma direção, tendo um “Agente” que é portador de uma “mensagem”, levando o “educando” de uma posição à outra.
Ela deve primar pela centralização do aluno como sujeito do processo, incentivando a curiosidade, a crítica e a analise do mundo, partindo de suas próprias experiências adquiridas nas diversas atividades proporcionadas pelo educador.
No Brasil, nos parece que a escola carece de uma identidade própria. Flutuamos entre o modelo de “Tradicional” com ideologia de “Nova” e bastante enraizado na “Tecnicista”.
Se formos analisar a escola – “instituição” chegamos à conclusão que o ensino publico esta muito ruim. Aonde foi que ele se perdeu?
O ensino nesse país é uma mistura das escolas: tradicional, nova e tecnicista (já citado), mas até que ponto isso é bom? Até que ponto isso é ruim?
Na “Escola Tradicional” a criança não tem opinião e o professor é absoluto na sala de aula, lógico que ele segue um pré – roteiro, mas a autonomia dele em cima dos alunos como autoridade é absoluta e muito alta. Os alunos muitas vezes não gostam dos seus professores, por que não os vêem como referência e sim como “carrascos”, que usam o sistema de notas como meio de poder em cima dos alunos, os próprios pais “apóia” esse método ao incentivarem os seus filhos a serem o primeiro da sala, sem se preocupar se o filho daqui uma semana vai se lembrar do que aprendeu (decorou), para a prova. Ao mesmo tempo os alunos que vão mal, ou seja, tiram as notas vermelhas são ridicularizados pelos colegas, professores e pais, e mais uma vez o obriga a decorar a matéria para tirar nota, ou ainda sentem-se desmotivados e desistem do aprendizado, saindo da escola. Nesse modelo as disciplinas humanas são deixadas de lado, desprivilegiadas e pré-conceituadas pela sociedade, população e mercado de trabalho, como se ainda estivéssemos na Escola Tradicional do século XIX. O professor ainda esta preso a concepções tradicionais. Sem especialização adequada e renovadora ele tenta permanecer com a idéia de ser ele o centro do processo educativo, priorizando apenas a matéria a ser aplicada.
Paralelo a isso vê um aumento significativo da idéia tecnicista da era militar tomando corpo, principalmente no meio universitário, com os cursos de “dois anos”, privilegiando, mais uma vez, as ciências em detrimento às humanas e seu caráter critico.
No Brasil, durante a era militar, a escola tecnicista foi tomando corpo, principalmente no meio universitário, com os cursos de “dois anos”, privilegiando, mais uma vez, as ciências exatas em detrimento as humanas.
A escola tecnicista tem o seu lado bom e também o seu lado ruim; foi colocado para nós, que ao fazer um curso técnico não seria necessário fazer faculdade, no entanto, um aluno que concluía o curso técnico não conseguia prestar um vestibular porque era dada ênfase às matérias do curso, sendo que às outras não importavam. Perante esse problema, o Estado dividiu os cursos técnicos, abrangendo assim várias pessoas independentes da idade, pois hoje para se cursar o técnico tem que ter o “ensino médio” ou estar cursando o segundo ano do mesmo, e assim eles começaram a dar ênfase às matérias humanas, possibilitando um aprendizado mais amplo.
Essa divisão já nos mostra um começo da “Escola Nova”, onde os professores têm a mesma “autoridade”, porém ele não usa mais as notas como instrumento de poder. Por exemplo, no “ensino público” foi adotado o método de “progressão contínua”, ou seja, não se reprova mais, o aluno não tem mais que aprender para tirar nota e sim para ganhar conhecimento para sua vida. O professor se torna o “facilitador da aprendizagem”, ensinando aos alunos através da “aproximação com eles” e das “experiências deles”.
Isso tudo na prática ainda não aconteceu, o fato da aprovação progressiva tira do professor o que ele sabe fazer: ensinar para o aluno passar de ano; e por sua vez o aluno acha que não precisa aprender a matéria, pois já se formou antes de iniciar as aulas.
Então chegamos ao sistema atual, onde o professor não sabe se portar nessa nova forma de ensinar e os alunos também não sabem aprender sem precisar da nota.
Nós temos um problema no ensino publico no estado de São Paulo. Como resolver? Voltar à escola tradicional aonde o aluno não apreende e sim decora? Deixar o professor livre na sala como esta hoje também não resolve. Pois, estamos de frente com um impasse.
Acreditamos que o correto não é “engessar” o professor como a Secretária de Educação está fazendo com essas novas medidas tomadas, e sim, colocar o professor de volta na sala de aula e ensina-lo a ensinar o aluno o “conhecimento”; e os pais também precisam mudar seus “pensamentos tradicionalistas” e incentivar seus filhos a estudar sem precisar da nota como incentivo.
Os alunos devem compreender que as notas servem como parâmetro para sua própria avaliação e que o mais importante é a formação de suas habilidades, de suas idéias e compreensões da vida que o cerca, e que dessa forma ele poderá avançar rumo a voou mais alto.


Bibliografia

Ø Textos passados em sala de aula:
ü Cap. 05 – “Conceito de Educação”;
ü Cap. 16 – “A Escola Tradicional”;
ü Cap. 17 – “A Escola Nova”;
ü Cap. 18 – “A Escola Tecnicista”.

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