sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SP prevê reprovação no 7º ano

A partir do ano de 2012 os alunos da rede pública poderão ser reprovados no sétimo ano
Antes o aluno só podia ser retino no 5º ou no 9º anos / Foto: Stock.xchng 
Antes o aluno só podia ser retino no 5º ou no 9º anos Foto: Stock.xchng


A proposta para alterar a progressão continuada de alunos da rede estadual de ensino foi aprovada ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).


A partir do ano que vem, os alunos da rede pública poderão ser reprovados no 7º ano do ensino fundamental. Hoje, com a progressão continuada, não há reprovação ao final de cada ano do ensino fundamental, apenas no fim dos ciclos de aprendizagem, ou seja, o aluno só pode ser retido no 5º ou no 9º ano.


A criação da reprovação em três etapas já estava nos planos do governo desde o começo do ano. A intenção é que o aluno tenha maior acompanhamento durante o aprendizado.


O Estado ainda não divulgou oficialmente a mudança, mas informou que será discutida em outubro e pode ser alterada em seguida.

sábado, 17 de setembro de 2011

A FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Por Ricardo Viana

Praticamente em todos os conceitos e pré-conceitos existente sobre determinado assunto está repleto de concepções equivocadas e que ao longo do tempo foram sendo vistas como corretas ou como modelos perfeitos a serem seguidos. A família é um desses conceitos e vem passando por um processo de mudanças significativas. Maria Rita Kehl em seu texto: “Em defesa da família tentacular” articula de forma primorosa a visão que a sociedade, principalmente os meios de comunicação, propaga e persegue da família dita “perfeita” que na verdade é produto de uma ilusão, pois esse modelo nunca teria existido efetivamente.

Aquele modelo tradicional, pai, mãe e filhos, já não é unanimidade, sobretudo nas famílias brasileiras. Hoje vemos uma quantidade grande de crianças sendo criadas por avós, mães e pais solteiros ou desquitados, separados, criados pelos irmãos ou tios, além dos casais homossexuais que recentemente tiveram a concessão para adotar filhos. Acreditar que essa diversidade de modelos caracteriza a “desestruturação familiar” e que seriam então responsáveis pela degradação social das crianças de hoje é no mínimo “relativa” levando em consideração as transformações e mudanças que também ocorrem em outros segmentos da sociedade brasileira atual, tais como a degradação do espaço público, dos conceitos religiosos e estruturais, econômicos e tecnológicos e etc.

Todo esse panorama vem de encontro a uma necessidade da sociedade e principalmente da escola de enxergar a família com “outros olhos”, não mais com pré-conceitos, não mais com aquele olhar ora de pena, ora jogando toda a culpa da conduta errada do aluno nela. É preciso ter os vários modelos de famílias como parceiras no processo de educação. Se a escola conseguir a aproximação dos familiares dos alunos, seja ele irmão, tio, avô e ou qualquer um dos responsáveis, terá dado um grande passo para a efetivação de uma educação mais democrática e de qualidade.

Tentar a aproximação dessas famílias ao ambiente escolar pode ser conseguido com a abertura da escola para projetos sociais, palestras educativas, oficinas e outros que valorizem a participação desses na sociedade e no acompanhamento dos alunos, fazendo-os sentirem-se acolhidos e respeitados. As reuniões devem ser, não só para mostrá-los que o aluno precisa melhorar, mas também para posicioná-los das qualidades e potencialidades que os filhos deles têm, precisando apenas de estímulos e incentivos. Desta forma as famílias se conscientizarão que fazem parte da educação escolar de seus filhos, não como responsáveis únicos desta, mas como parceiros dos professores e da escola nesse processo.   

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Adolescência e o papel do professor

Por Ricardo Viana

A fase mais importante da vida de um indivíduo (e tambêm a mais conflituosa) é a da adolescência.

Momento marcante para muitos em que tudo a sua volta e em sí mesmo parece não se encaixar, seu corpo está mudando, sensações novas são sentidas, dúvidas e incertezas. O jovem sente-se perdido, não sabe se ainda é criança ou se já é adulto e frusta-se ao perceber não ser nem um, nem outro.

De todos os conflitos e incertezas que atravessam os jovens nos dias atuais, podemos destacar dois mais importantes e que os afetam consideravelmente em seu dia e principalmente no ambiente escolar, são: a sexualidade, ocasionada pelas tranformações hormonais e a violência, reflexo da própria desestruturação social da contemporâneidade.

Como o Professor pode interferir nestas problemáticas? Em ambos os casos o papel do professor é extremamente importante, pois muitos alunos tem na imagem deste um referêncial que não pode ser ignorado. O professor (e eu como um) deve trabalhar de forma transdiciplinar, abordando esses temas em sua disciplina de forma a levar os alunos à reflexão crítica dos conceitos e modelos, muitas vezes imposto pela sociedade através da mídia em geral. A banalização do sexo, as diferenças de visões das várias culturas, no passado e presente, em relação ao corpo, sexualidade (homo e hetero) deve ser amplamente discutida, para que os alunos percebam que não são os único na história da humanidade a sentir-se delocados e perdidos. Em relação a violência, despertá-los para a massificação e manipulação que muitas vezes ocorrem nos noticiários, problematizando as divergências e diferenças de opniões e gostos, trabalhando a diversidade cultural e a riqueza existente nela.

Como diz Álvaro Chrispino: "As escolas que valorizam o conflito e aprendem a trabalhar com essa realidade, são aquelas onde o diálogo é permanente, objetivando ouvir as diferenças para melhor decidirem; são aquelas onde o exercício da explicitação do pensamento é incentivado, objetivando o aprendizado da exposição madura das idéias por meio da ssertividade e da comunicação eficaz; onde o curriculo considera as oportunidades para discutir soluções alternativas para os diversos exemplos de conflito (...)".