Hieróglifos escritos em tinta vermelha encontrados por um robô no chão de uma câmara escondida na Grande Pirâmide do Egito seriam sinais numéricos, de acordo com uma análise matemática do monumento de 4.500 anos de idade.
Os construtores da pirâmide simplesmente teriam registrado o comprimento total da passagem sul da Câmara da Rainha: 121 côvados. Múltiplos de 7, 9 e 11, ocorrem com frequência no projeto da Grande Pirâmide.
Mostrado ao mundo no mês passado, quando o primeiro relatório de um robô de exploração da Grande Pirâmide foi publicado no Annales du Service Des Antiquities de l'Egypte (ASAE), as imagens revelaram características que não são vistas por olhos humanos desde a construção do monumento.
Os pesquisadores ficaram particularmente intrigados por três figuras pintadas em vermelho ocre no chão de uma câmara escondida no final de um túnel no fundo da pirâmide.
"Há muitas perguntas sem resposta que esses desenhos levantam, porque escreveram nesse espaço? O que está escrito? porque não cortaram ao longo dessa linha?" disse Rob Richardson, o engenheiro que projetou o robô na Universidade de Leeds, sobre a descoberta.
Luca Miatello, um pesquisador independente que se especializou em matemática egípcia antiga, acredita que ele tem algumas respostas.
"As marcas são sinais hieráticos numéricos. Eles são lidos da direita para a esquerda, ou seja, 100, 20, 1. Os construtores simplesmente registraram o comprimento total da passagem: 121 côvados", disse Miatello ao Discovery News.
O côvado real, a unidade egípcia de medida utilizada na construção da pirâmide, era entre 52,3 e 52,5 cm (20,6-20,64 polegadas) de comprimento, e foi subdividido em sete palmos de quatro dedos cada um, uma medida de 28 partes.
A Grande Pirâmide, construída no planalto de Gizé, nos arredores do Cairo, tem sido motivo de boatos sobre passagens que levam a câmaras secretas.
Duas passagens, estendem-se desde a parte superior, ou "Câmara do Rei" e saem para o ar livre. Mas as duas inferiores, uma do lado sul e outra no lado norte, na chamada "Câmara da Rainha" desaparecem dentro das estruturas, aprofundando o mistério.
Os robôs anteriormente enviaram imagens destas passagens de 8 polegadas quadradas, indicando que ambas as passagens estão bloqueadas por uma porta de pedra. Estas pedras são aproximadamente equidistantes (63,6 metros) da Câmara da Rainha.
O novo robô, chamado Djedi foi capaz de subir no interior das paredes do poço, carregando uma câmera suficientemente pequena para caber através de um pequeno buraco em uma porta de pedra no final do túnel.
Isso deu aos pesquisadores uma visão clara para além da câmara. Foi nesse momento que a micro câmera enviou imagens das marcações de 4.500 anos de idade.
De acordo com Miatello, as marcas vermelhas e figuras foram feitas pelos trabalhadores durante a construção da pirâmide.
"Regras matemáticas precisas foram seguidas no projeto dos túneis", disse Miatello.
"Os sinais não são fáceis de ler, mas a leitura do Dr. Miatello é perfeitamente plausível", disse James P. Allen, Professor de Egiptologia de Wilbour e titular da cadeira de Estudos de Egiptologia e Oeste da Ásia da Universidade Brown.
Os pesquisadores do projeto Djedi esperam realizar uma análise adicional das marcações em agosto, quando o robô, equipado com uma câmera de alta resolução, retornará a pirâmide para pesquisas posteriores.
Tradução: Carlos de Castro
Fonte: Discovery New
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